Monday, January 29, 2007

Luís Cernuda e Mário de Sá Carneiro


Luís Cernuda (1902-1963, poeta espanhol) no post “Pessoa e Neruda” foi um dos poetas mais citados por isso adquiri o livro "Desolación de la quimera”, Seu último livro de poemas que recolhe textos escritos entre 1956 e 1962, "Contigo" um dos muitos poemas que falam de amor...

CONTIGO


¿Mi tierra?

Mi tierra eres tú.
¿Mi gente?

Mi gente eres tú.
El destierro y la muerte

para mi están adonde

no estés tú.


¿Y mi vida?

Dime, mi vida,

¿qué es,

si no eres tú?

La muerte de Sá-Carneiro parece escenificar una idea apuntada en varios textos, incluso en algunas cartas a Pessoa: la apología del suicidio como acto de coraje. Su obsesión con la muerte no implica la dramatización de la misma, como se observa en el poema “Fim”, uno de los más conocidos del poeta,

O poema de mi vida, hace tiempo… hacia 12 años de edad cuando o "encontré"…

Fim:

Quando eu morrer batam em latas,

Rompam aos saltos e aos pinotes,

Façam estalar no ar chicotes.

Chamem palhaços e acrobatas!~

.

Que o meu caixão vá sobre um burro

Ajaezado à andaluza...

A um morto nada se recusa,

E eu quero por força ir de burro!

Friday, January 26, 2007

O reencontro de Mixtu com Elisabete

Logo pela manhã o Mixtu cuidou da sua apresentação,
vestiu a sua roupa domingueira, o terno cinzento, na lapela o símbolo do Benfica, camisa verde florescente, a gravata cor de laranja, calças azul marinho compradas na Feira de Carcavelos, as cuecas dos ursinhos, calçou os seus ténis Sanjo e umas meias brancas, um autêntico Mixtu de bom gosto e descrição,
Passou pelo LIDL e comprou o perfume mais caro que havia na prateleira, aroma a rosmaninho,
… Voltou a prender as duas molas nas calças para não se sujar no óleo da cremalheira da sua bicicleta e dali, seguiu para o Hospital,
A sala de espera estava vazia,
Quando a Elisabete viu o Mixtu, os seus olhos brilharam de tanta emoção, Mixtu levava um ramo de rosas brancas,
De mãos dadas entraram na sala, trocaram um beijinho de carinho na face, cheiro a jasmim…
As rosas eram acompanhadas por um pequeno cartão,
“Só foi há 7 dias…
Se contigo sonho e tu comigo amanheces,
Diz-me, de que mundos me conheces?”
Notou-se na face da técnica de saúde a paixão,
“Cavaco, Mi cariño, eres una pérola”,
Puxou o nosso herói contra o seu peito, um beijo de amor…
os corpos rebolaram no pavimento,
Poucos segundos depois, um grito de dor e de desalento:
“AIIIII…!”
(Esta novela foi co-financiada, 70% pelo Serviço Nacional de Saúde e em 30% pelas injecções Permadose e Flexar, “Numa farmácia perto de si,” )
(...)
4º dia:
Tirei a senha 31, estava a ser atendido o 22,
A enfermeira Elisabete só amanhã volta a estar de plantão,
Quem veio à sala de espera era um enfermeiro, de graça João, bigode farto, cara de gimbrinhas,
“Faça o favor de se deitar e baixe as calças, enquanto eu preparo a calda.”
“Futebol, gosta?”
“Sim,Benfica…”
“Óh! Diabo, nunca gostei do Benfica, eu sou do Porto, carago… ponha o rabo a jeito…"
"Cuecas com cerejas? Bem que eu desconfiava que os Benfiquistas eram gays”
AIIIII!
Razão tem meu pai quando diz: “É neste mundo que pagamos pelos nossos pecados.”
(...)
3º Dia
Tirei a senha 42, estava a ser atendido o 37.
Hoje, quem vinha chamar os enfermos não era a Elisabete, era uma enfermeira que aparentava 60 anos e cara de “poucos amigos”,
“42”
A sala não cheirava a jasmim,
“Pode-se deitar, primeiro a Permadoze e depois a Flexar”,
“AI!”,
“Doeu?”
“MUITO!”
“Levante-se, e comporte-se como um Homem”,
“NÃO ME CONSIGO MEXER!”
“Vê-se logo que nunca pariu…”
...
Ai, razão tem o meu pai quando diz, “Mais vale ser rico e saudável que pobre e doente!”
Ai! Elizabete, porque me abandonaste?
(...)
2º Dia:
Tirei a senha 79, estava a ser atendido o 74,
A Elisabete sempre que vinha à sala de espera mudar o marcador, sorria para mim,
Eu, nem me mexia, desta vez não ia dar azo a confusões, também... não estou com saúde para emoções,
Chegou a minha vez, ao entrar, recebi logo 2 beijinhos e deitei-me de rabo para o ar.
“Que lindas cuecas tem, nunca tinha visto com rebuçados desenhados”,
...Muitas palmadinhas na nádega direita, e eu, imóvel…
Eu consigo resistir…
“Tem os músculos muito bem definidos, deve fazer desporto”,
“Já está… mi cariño…”
Saí, dirigi-me à recepção, pretendia o livro de reclamação…
(...)
1º Dia:
Dei um mau jeito, nada de grave.
Fui ao médico que me receitou injecções.
10 horas, tirei a senha nº 96, estava a ser atendido o 88.
Quando foi a minha vez, entrei numa sala fria, parede branca, mas a Enfermeira chamou-me à atenção, cheirava a jasmim, era muito bonita, pedi-lhe desculpa por a vir incomodar. Ela disse que era a sua profissão… não a incomodava.
Tirei as embalagens dos fármacos e ela preparou as injecções... duas, perguntou se estava a doer,
"Não, a doutora já está a "enterrar"?
“Já estou a "espetar", e já agora utilizo a mesma seringa para a segunda que vai ser mais profunda,"
Passados uns instantes,
"Doeu?"
"Não, a menina, perdão, a doutora tem mãos de fada...”
Levantei-me, “Agora já não é preciso voltar?"
"Tem que cá voltar mais 6 dias..."
Arrependi-me de ter sido carinhoso e de a "cortejar", agora é o meu rabo que vai pagar por esta minha maneira de ser,
Para a próxima, nos hospitais, vou ser sério... não convém arriscar...

Tuesday, January 23, 2007

Mixtu e a Viagem para o Palácio Presidencial

Amigos:
Mais amigas que amigos, vá-se lá saber porquê!
Há momentos na vida que temos que tomar decisões, por mais que elas sejam dolorosas e que possam magoar ou atraiçoar pessoas e afectos.
Este meu blog foi uma mera brincadeira, iniciou-se no dia 10 de Dezembro e devia ter terminado após o natal, quis o destino que assim não fosse e viesse até esta data.
Ter um blog onde se posta regularmente, procurar que tenha sempre uma mensagem positiva, alegre, é muito cansativo e retira tempo e espaço à vida real.
Não há vida na blogoesfera, nunca se esqueçam disso.
Para todos, o meu Bem-haja por me terem aceite neste mundo virtual.
A todos desejo as maiores felicidades.
A partir de amanhã, vou assumir altas responsabilidades, eu e a minha Maria vamos deixar Boliqueime e vamos para o Palácio Presidencial de Belém.
Um amigo ao Vosso dispor,
O Vosso Presidente... Mixtu
.
(2º Dia)
Vou sair agora de Boliqueime, vou pela nacional em diressão a Lisboa.
Está prugramada uma paragem na Mimosa ou em Canal Caveira para comer uma bucha. Obrigado pelas palavras carinhosas que me têm derigido neste post. Quem me quiser vir saudar... pois agora é que a voça vida vai melhurar...
(Pesso desculpa se ouver erros urtugráficos mas os meus acessores estão para Lisboa e não revizaram esta parte.)

Monday, January 22, 2007

Mixtu e as eleições presidenciais…

Este fim-de-semana, em Portugal, é marcado por dois acontecimentos.
O facto mais importante é que o Mixtu não vai levar injecções, agora só segunda/Lunes, é que continua a saga/novela com a Elizabete, descansa assim o seu rabo e o seu coração…
.
O 2º acontecimento (no Domingo) são as eleições para eleger o Presidente de Portugal, candidatos:
Cavaco Silva (o Homem do Bolo Rei),
Mário Soares (ex-presidente),
Jerónimo (metalúrgico com carteira profissional),
Louçã (Homem das causas perdidas),
Garcia (Advogado dos pobres)
e Manuel Alegre (O Poeta).

O Mixtu não percebe de politica e é monárquico (Viva o Rei),
por isso, hoje, deixa-vos poesia:
Manuel Alegre (para os meus amigos de lingua castelhana; um poema escrito no tempo da ditadura. Solicito que La revolución de los claveles no deja de mutar en la memoria.

«Trova do Vento que Passa»
Pergunto ao vento que passa
notícias do meu país
e o vento cala a desgraça
o vento nada me diz.

Pergunto aos rios que levam
tanto sonho à flor das água
se os rios não me sossegam
levam sonhos deixam mágoas.

Levam sonhos deixam mágoa
sai rios do meu país
minha pátria à flor das águas
para onde vais? Ninguém diz.

Se o verde trevo desfolhas
pede notícias e diz
ao trevo de quatro folhas
que morro por meu país.

Pergunto à gente que passa
por que vai de olhos no chão.
Silêncio -- é tudo o que tem
quem vive na servidão.

Vi florir os verdes ramos
direitos e ao céu voltados.
E a quem gosta de ter amos
vi sempre os ombros curvados.

E o vento não me diz nada
ninguém diz nada de novo.
Vi minha pátria pregada
nos braços em cruz do povo.

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.

Vi navios a partir
(minha pátria à flor das águas)
vi minha pátria florir
(verdes folhas verdes mágoas).

Há quem te queira ignorada
e fale pátria em teu nome.
Eu vi-te crucificada
nos braços negros da fome.

E o vento não me diz nada
só o silêncio persiste.
Vi minha pátria parada
à beira de um rio triste.

Ninguém diz nada de novo
se notícias vou pedindo
nas mãos vazias do povo
vi minha pátria florindo.

E a noite cresce por dentro
dos homens do meu país.
Peço notícias ao vento
e o vento nada me diz.

Mas há sempre uma candeia
dentro da própria desgraça
há sempre alguém que semeia
canções no vento que passa.

Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Wednesday, January 17, 2007

Pessoa e Neruda


Amei-te e por te amar (2-12-1913) Pessoa (excertos)
Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...
(…)
Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.
(…)
Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?
(…)

Los versos del capitán (1952) El Amor
Ausencia

Apenas te he dejado,
vas en mí, cristalina
o temblorosa,
o inquieta, herida por mí mismo
o colmada de amor, como cuando tus ojos
se cierran sobre el don de la vida
que sin cesar te entrego.

Amor mío,
nos hemos encontrado
sedientos y nos hemos
bebido todo el agua y la sangre,
nos encontramos
con hambre
y nos mordimos
como el fuego muerde,
dejándonos heridas.

Pero espérame,
guárdame tu dulzura.
Yo te daré
también una rosa.

… o Poema da vossa vida, o vosso Poeta ou simplesmente falem-me de Poesia…
* Se há post que tem que ser lido nos comentários... é este. Obrigado/Gracias.

Sunday, January 14, 2007

Os velhos...

Velhos,
gosto desta palavra,
gosto dessa gente.
No futuro quero ir para um lar de velhos
Não quero ir para um lar da 3ª idade.

Amo os seus ensinamentos,
Amo as suas verdades,
Amo os seus carinhos,
Amo as suas estórias.

Hoje, o velho Ti Manel,
Contou-me cosas do seu tempo…
Foi agricultor do amor,
11 filhos em 4 mulheres diferentes,
lamenta que não tenha encontrado as outras 3,
jurou-me que não se trata de um mito,
que há mesmo 7 mulheres para cada homem.

Contou várias estórias…
a da Ti Maria que ia à taberna,
e pedia sempre dois copos de vinho,
um para ela e outro para a comadre,
como a amiga sempre tardava,
bebia o segundo copo à saúde da companheira…
nunca ninguém viu a comadre.

Um dia,
houve um crime horrível,
violaram e mataram uma rapariga,
vieram os cães da policia,
o povo seguiu os animais até a uma casa,
o povo queria justiça,
só que os canídeos tinham-se enganado…
nessa habitação só vivia um velho entrevado,
o Ti Júlio, que agradeceu a Deus o seu destino…

O Ti Manel tem mais que fazer
do que estar ao sol a contar-me estórias,
“Sr. Manuel, gostava de ter a sua experiência!”.
“Sr. Mixtu, troco a minha experiência pela sua idade”.
O Ti Manuel não é um velho, é um ancião…

Como este ancião não está para me aturar,
venham daí ensinamentos…
estórias…
em forma de comentário que tenham ouvido aos velhos contar…
.
* Sr. Manuel um recado num comentário de Masgorellie "Sr. Manuel, que hay 7 mujeres para cada hombre ?
Si eso es cierto, existe un tipo que se esta pasando un tiempo fantastico con las otras 6 que me tocan."

Tuesday, January 09, 2007

Trago boas novas da minha caminhada...

Mal se pôs o sol, dou inicio à minha caminhada. Visto o meu fato domingueiro, o que mais gosto, o cinzento, nos bolsos levo 3 sacos com ofertas. O caminho não tem obstáculos, o meu corpo ainda aguenta a caminhada mas levo o meu cajado para me ajudar a transportar outras cosas.
Meio da manhã, chego ao Céu. O paraíso não é como pintam, é uma aldeia pequena de casas rasteiras e caiadas, ruas empedradas, faz lembrar uma aldeia alentejana, andaluza. Poucos habitantes, maioritariamente são mulheres. Pelo caminho esteve sempre a morrinhar, mas agora está uma manhã soalheira.
Os velhos jogam às cartas nas mesas dos jardins, as mulheres, umas sentadas nas soleiras das portas, outras às janelas, estão a calhandrar, os miúdos jogam à bola e as meninas pulam no jogo do elástico. Os homens mais novos estão a ler os jornais desportivos na esplanada do café do povoado, onde existe a única televisão destas paragens, só há pouco tempo é que foi instalada a Sport TV.
Dirijo-me ao largo central da aldeia, a casa mais humilde é a de Deus, no mastro não está a bandeira branca, estandarte do Céu, com o sol pintado por uma criança, é sinal que Deus não está.
Dirijo-me à única casa de altos e baixos. No piso térreo, uma tasca, por cima vive o proprietário, S. Pedro.
“Pelo assobio vi logo que eras tu, venham daí esses ossos, dá cá um abraço forte. O costume?...”,
Sento-me na mesa mais próxima do balcão, tiro dum saco duas fatias de broa de milho e um grande naco de chouriça. S. Pedro trás duas ginjas e senta-se ao meu lado.
“Tens a certeza que ninguém te seguiu?”,
“Tive esse cuidado. Hoje o caminho foi penoso, nunca antes me tinha custado tanto fazê-lo”,
“São os anos, meu amigo, maleitas mal curadas, é preciso ter paciência…”,
“Já vi que Deus não está!”,
“Saiu de manhã, disse que ia dar novos mundos ao mundo…não deve tardar”,
“Não lhe chega o trabalho que este nos dá?!”,
“É isso que lhe tenho dito, mas não me ouve…É só com ele que queres tratar?”,
“Sim, a ti só te peço para o ires relembrando do que eu lhe vou pedir…”,
“Fica descansado, assim o farei…”,
Ouve-se uma algazarra, são os catraios, Deus está de volta. Entra na tasca.
“Pedro, um copo de vinho, da pipa que não tenha sido baptizada”
“Senhor, eu não deito água no vinho…”,
“Nunca conheci um taberneiro sério... Mixtu, como tens passado homem? O que é te apoquenta? E o que trazes nesse saco?“,
“Senhor, trago-lhe uma oferta, um livro de Poesias…”,
“Momentus, gosto desse nome, a vida é feita de momentus, Nina Maria… boa moça, boa mãe, coração do tamanho do mundo…”,
“Vejo que sabes do que se trata… atende-me como se do último pedido se tratasse”,
“Não prometas o que sabes que não podes cumprir… homem, o que eu te disse da última vez que estiveste cá por igual motivo?!”,
“Que os médicos, para além de discípulos de Hipócrates, são seus discípulos na terra”,
“Foi só isso?”,
“Que as noticias más nunca são as últimas”,
“E…”,
“ Nos momentos difíceis há sempre alguém que fará algo de especial por nós”,
“Vejo que vieste porque estavas com saudade de beber uma ginja com o Pedro”,
”E porque estava necessitado de ouvir os seus ensinamentos”,
“Mixtu, faz boa viagem, homem do Céu…”.
Despeço-me, sinto-me mais leve, menos uma dor que transporto.
Ao sair da aldeia, vejo a aproximar-se o Diabo. O Diabo não é como pintam, é boa gente, foi o único que deu um passo em frente quando Deus pediu um voluntário que carregasse a maldade dos homens, para que Nosso Senhor carregasse apenas a Bondade e que esta nunca se misturasse com a malvadez. É ele que gere o Inferno que fica logo depois de uma pequena colina. O Inferno é uma cidade de prédios altos, igual a tantas outras, nada possui de interessante. “Companheiro, um abraço, outra vez por aqui?!”,
“Vim ouvir as palavras sábias de Deus”,
“Faço o mesmo todos os dias! Que me vais dar?!”,
“Um livro de Poemas que aquecem o coração”,
“Vejo-te cansado… porque insistes em transportar as dores do mundo?”,
“Foi-me dada essa missão, penso que a cumpri, não disse a Deus, mas sinto que não tenho mais forças para fazer nova caminhada e tu... sinto-te triste…”,
“Companheiro, nem imaginas, todos os dias é despejada em mim muita maldade”,
“Amigo, tenho de me fazer à viagem, como vens cá todos os dias, relembra a Deus, o motivo desta minha vinda para que esta minha viagem não tenha sido em vão…”,
“Assim o farei, boa viagem, que o cajado sempre te acompanhe…” ;

Friday, January 05, 2007

Os Deuses adoram poesia...los Dioses adoran la poesía

Eu tenho os Deuses como Gente inteligente,
por isso Devem adorar poesia...
Um poema para que os Deuses Leiam o poema mais lindo que eu algum dia li. Ouçam a nina.

Procurei no espelho
traços da inesperada realidade que te seduz...
Vestígios de beleza fatais:
brilhos, artifícios, ouros, sedas, cetins, veludos,
trajes reais...
Mas o espelho não mos mostrou.
Reflectiu apenas quem eu sou.
Mulher nua...
Na sua simples verdade de Amante da Lua.
Nem coroa, nem rainha...
Talvez guerreira...
Talvez adivinha...
E gostei do que vi!
Despojada do efémero, olhar de mel.
Ternura... doçura...
Lábios de fruta doce, cereja madura...
Sorriso de menina, cabelos de brisa marinha.
E nada disto mudarei...
Nem por ti!
...
©Nina


Más noticias dadas pelos médicos...
Amiga, toda a força do mundo,
um até já, a Blogoesfera espera, de pé, por ti...
Eu, tenho que ir lá acima verificar se os Deuses leram este poema, não sei o tempo que demoro na viagem...

Thursday, January 04, 2007

Porque a poesia é bonita, é bonita e é bonita!

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.
Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.
Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andersen.

Na vida tudo é poesia. Depende do modo como se dizem as coisas, como se ouvem, como se lêem, como se sentem. Rir é poesia. O silêncio também... prefiro o lado bonito da vida.

Blog co-financiado pelos:

Wednesday, January 03, 2007

Um Aviso que eu não vou cumprir...

"Muito obrigado, gracias, por terem participado no simulacro "Viver em paz e amor Natal/Navidad 2005".
Os resultados foram positivos, por isso só voltaremos a fazer igual exercício no final de 2006. Podem voltar à vossa vidinha, que as emoções não fluam, que os afectos não se mostrem."
Junta de Freguesia da minha terra.
Eu, criança eterna, vou-me divertir, amar e percorrer um caminho solidário, vou manter e criar novas amizades. Prefiro o lado bonito da vida. Porque ela é bonita, é bonita e é bonita!
E os amigos, quo vadis?..

Monday, January 01, 2007

Desejos de Mixtu...

Que em 2006 não corram lágrimas em nenhum rosto de criança.
Declaração da Junta de Freguesia da minha terra sobre os direitos das crianças:
"Direito a sorrir, a sonhar, a dançar sempre que lhe apetecer... só «porque sim «, a ser feliz com o cheirinho a pão quente, a saltar a caminho da escola porque aprender é bom, a ser acordado/a com uma voz doce e com um abraço, a ser ouvido/a... a ser amado/a não 'apesar de...', mas precisamente porque... porque é um ser único, belo, respeitável... nunca 'moldável'.
Direito a decretar que todos os dias têm a cor das papoilas, mesmo que mais ninguém o note, a ouvir o sol a falar com as formigas, ensinando-as a andarem mais devagar, porque o importante não é chegar... é VER a beleza do caminho, direito a 'falar' com todas as folhas das árvores ainda por nascerem... e dizer-lhes que primavera é um espaço de SER e não um tempo, direito a...
...direito a gostar do azul, porque sabe a algodão doce comido deitada na relva, direito a vestir um sorriso ao acordar mesmo sem motivo, porque o sorriso explica-se a si mesmo, direito a saltar ao pé coxinho sempre que apetecer, mesmo quando a pressa não quer, direito a ... "
Texto e foto de Nina Maria.

Deixo a declaração universal dos direitos da criança da UNICEF de 20 de novembro de 1959 em castelhano, porque nesta matéria, não quero nenhum comentário que diga: “Non te entendí, pero intenté”.
DECLARACION UNIVERSAL DE LOS DERECHOS DEL NIÑO
1. Derecho a la igualdad, sin distinción de raza, religión o nacionalidad.
2. Derecho a una protección especial para que puedan crecer física, mental y socialmente sanos y libres.
3. Derecho a tener un nombre y una nacionalidad.,
4. Derecho a una alimentación, vivienda y atención médica adecuada.
5. Derecho a una educación y atención especiales para los niños/as discapacitados.
6. Derecho a la comprensión y amor por parte de la familia y de todas las personas adultas.
7. Derecho a una educación gratuita y a divertirse y a jugar.
8. Derecho a una atención y ayuda especial en cualquier caso de peligro.
9. Derecho a ser protegido contra el abandono, la crueldad y la explotación.
10. Derecho a ser educado en la tolerancia, la paz, la solidaridad, la amistad y la justicia en todo el mundo.

Feliz ano novo/Feliz ano nuevo

António Vega-Lucha de gigantes

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