Poesia medieval castellana e portuguesa (Seminario de Salamanca)

Um poema simples de João Ruiz C. Branco, para mim, o mais belo de pura tradição amorosa,
Senhora, partem tão tristes
Meus olhos por vós, meu bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhum por ninguém.
Tão tristes e tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados e chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes os tristes,
Tão fora de esperar bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhum por ninguém.
Um texto satírico de D. João de Meneses, desde há muito o meu autor preferido pois cada poema é um fartote de rir, neste, Dona Guiomar não tem muito jeito no beijar, por isso deve ser macho, logo… nada de entrepernar:)
Senhora, eu vos não acho
Razão para rafiar
E beijar tão sem empacho
Dona Guiomar
Salvante se vós sois macho.
Se o sois e não sois dama,
É mui bem que o digais,
E também deve sua ama
Não querer que vós jazais
Só com ela em uma cama.
Confessai-nos que sois macho,
Ou que folgais de beijar,
Que doutra guisa não acho
Razão de entrepernar
Tal dama tão sem empacho.
Jorge Manrique autor de poemas cancioneriles que constituyen la cima de la poesía castellana medieval,
Recuerde al alma dormida,
Cuán pronto se va el placer,
Y pues vemos lo presente
No se engañe, no,
Nuestra vidas son los ríos
(...)
Este mundo es el camino
(...)